Lar Economia Superquarta: Copom e Fed decidem hoje o futuro das taxas de juros

Superquarta: Copom e Fed decidem hoje o futuro das taxas de juros

por matheusoliveira
0 comentários
superquarta:-copom-e-fed-decidem-hoje-o-futuro-das-taxas-de-juros

Nesta quarta-feira (7), acontecem as reuniões dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil. Os encontros definirão as taxas de juros de cada país e serão anunciados na Superquarta.

Os encontros acontecem sob a perspectiva de incertezas globais, principalmente com os impactos da guerra tarifária intensificada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de abril.

No Brasil, a projeção é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) eleve os atuais 14,25% ao ano, mas em menor grau do que o visto nas últimas reuniões. A decisão deve sair após as 18h30.

Já nos EUA, a estimativa é de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) mantenha o atual patamar de 4,25% a 4,5%. Os dados serão publicados às 15h (horário de Brasília) e a entrevista do chefe do Fed, Jerome Powell, acontecerá às 15h30.

Mercado vê alta de 0,5 ponto na Selic

Em relatório, o Goldman Sachs projeta uma elevação de 0,5 ponto percentual da Selic. O banco norte-americano estará atento às previsões da taxa básica de juros para o fim de 2025 e 2026, por conta da inflação brasileira acima dos 3%, o centro da meta.

O Goldman afirma que a inflação, somada às incertezas da macroeconomia externa, pode deixar “a porta aberta” para movimentos futuros.

“Esperamos que o Copom não feche a porta para um aumento residual menor em junho, mas que se abstenha de oferecer uma orientação específica para a reunião de junho (inclusive não declarando que o ciclo de aumentos terminou)”, escreveu o banco em relatório.

A maior parte do mercado está apostando em uma alta de 0,5 ponto, elevando os juros ao patamar de 14,75% ao ano, mostram dados da B3. Caso se confirme, a Selic alcançará o maior nível desde 2006.

As previsões do mercado captadas pelo Boletim Focus, publicado nesta segunda-feira, reforçam uma alta de 0,5 ponto nesta semana e uma nova elevação de 0,25 no encontro agendado para junho, jogando os juros para 15%.

Porém, antes do fim do ano, o BC já deve iniciar ciclo de corte, reduzindo em 0,25 ponto e fechando 2025 com a Selic em 14,75%.

Para o ano que vem, a expectativa é de juros em 12,5%.

O planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff, argumenta que o Banco Central brasileiro tende a adotar uma postura técnica mais firme para sustentar as expectativas do mercado financeiro e reforçar sua independência institucional.

“Diante desse contexto, uma nova alta — ainda que moderada — funcionaria como sinal de vigilância e compromisso com a estabilidade de preços, mesmo diante do impacto sobre a atividade econômica”, afirma.

Na mesma linha do “esperar para ver”, o planejador financeiro CFP projeta que o BC mantenha a taxa de juros em 14,75% ao ano na reunião de junho para analisar os efeitos da elevação dos juros, no entanto, outras altas são possíveis.

“Se a inflação seguir surpreendendo negativamente, como tem ocorrido nos núcleos de serviços e nos alimentos, e o câmbio se desvalorizar ainda mais, pressionando os preços e as expectativas de inflação para 2026 continuarem desancoradas, isso comprometeria a eficácia da atual taxa”, diz Patzlaff.

Fed destaca incertezas

No cenário internacional, a guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não traz respostas de como a economia brasileira será afetada no médio prazo, além de mexer com as expectativas do desempenho das atividades norte-americanas.

A diretriz da política econômica de Trump já foi citada pelo Fed como um dos desafios no trabalho da autoridade monetária em perseguir os seus objetivos de gerar emprego e controlar a inflação.

No começo de maio, o presidente dos EUA descartou a ideia de demitir o presidente do Fed, Jerome Powell, mas pressionou novamente por um corte imediato de juros, sob o argumento da redução de 0,3% no PIB do país na comparação do 4º trimestre de 2024 com o 1º trimestre de 2025.

Em relatório, a consultoria LCA4Intelligence afirma que a contração do PIB norte-americano se deu por conta da resposta da indústria e dos consumidores locais, que importam mais por preocupação com a guerra tarifária de Trump.

“O bom comportamento da inflação será desafiado neste 2º trimestre pelo choque tarifário: as empresas têm reportado aumento relevante de custos, e as famílias também estão percebendo um aumento no custo de vida”, escreveu a LCA4Intelligence.

Na avaliação da consultoria, o Fed deve manter a taxa básica de juros na reunião desta quarta-feira (6), possivelmente não sinalizará uma redução na reunião de junho e manterá sua independência frente aos ataques de Donald Trump.

Existe um problema estrutural na economia do mundo, diz professor

Postagens relacionadas

Quem Somos

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

Portal News Noticias @2025 – Todos direitos reservados.