O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira (8) que considera políticas protecionistas um “retrocesso econômico” e que a “pauta do Brasil” é poder exercer o livre mercado.
Hugo deu a declaração no evento de inauguração da “Casa da Liberdade”, nova sede da Frente Parlamentar do Livre Mercado. Na cerimônia, a deputada Carol de Toni (PL-SC) tomou posse como presidente do colegiado.
“De tudo o que vem acontecendo no mundo — na minha avaliação, com retrocesso econômico, com a nova realidade de imposição de tarifas — estamos deixando de lado o multilateralismo para retrocedermos e voltarmos à política do bilateralismo e protecionismo econômico. Essa não é a pauta do Brasil. A pauta do Brasil é poder exercer o livre mercado”, afirmou.
O deputado faz referência às medidas tarifárias impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na última semana, foi anunciada a aplicação de tarifas de importação de 10% aos produtos oriundos do Brasil.
Trump anunciou ainda 34% de tarifas sobre a China, que retaliou com taxas recíprocas no mesmo valor. Nesta terça, o norte-americano fez uma nova ofensiva e aumentou as tarifas, que chegam a 104%.
O cenário gerou um receio global em investidores, ocasionando na alta do dólar e no derretimento de bolsas de valores. Especialistas temem uma recessão mundial.
Para Hugo, este é um momento para cautela nos posicionamentos internacionais do Brasil e a luta pelo livre comércio — capitaneada pela frente parlamentar — é essencial.
“O Brasil tem desafios econômicos muito grandes para este ano de 2025 e a frente vem justamente para ajudar nesse enfrentamento. Claro que o Congresso presta um papel fundamental nesse posicionamento que o Brasil tem que ter diante de toas as incertezas que enfrentamos. Incertezas internas e eternas”, disse.
O parlamentar relembrou ainda a aprovação na Câmara dos deputados do projeto de lei da reciprocidade econômica. Uma resposta a Trump, o texto determina critérios para a reciprocidade em caso de barreiras comerciais a produtos brasileiros. A intenção é contornar possíveis sobretaxas de outros países, em especial para produtos do setor do agronegócio.
“Esse projeto posiciona o Brasil numa condição de agir e reagir, se necessário, a tudo que venha prejudicar nossa economia e nossas exportações”, declarou Hugo.
