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Bionexo: Colaboração é diferencial para desenvolver tecnologias no Brasil

por andrevasconcelos
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O ambiente para desenvolvimento de tecnologias no Brasil é impulsionado pela cocriação, processo pelo qual empresas colaboram entre si para o desenvolvimento de novas soluções. É assim que Solange Plebani, CEO da Bionexo, enxerga o cenário atual tech brasileiro.

A executiva é a primeira mulher a assumir o comando da empresa, tendo assumido o posto em agosto deste ano. A jornada no setor de tecnologia, contudo, começou em 1998.

Em entrevista ao CNN Money, Plebani disse que além da mão de obra qualificada do país, a capacidade das empresas de fazer acordos de cocriação é um “enabler de desenvolvimento de tecnologia”.

A CEO da Bionexo também destaca que, apesar de ainda estar atrasado em relação a alguns países, o Brasil é “bem avançado” em soluções para o setor, se comparado principalmente ao restante da América Latina.

Plebani também comentou sobre projeções da Bionexo, lançamentos e uso de inteligência artificial em soluções como a “LIA”, camada de inteligência analítica e generativa integrada à plataforma da companhia, que investiu R$ 23 milhões no desenvolvimento do produto lançado nesta terça-feira (9).

Confira os destaques da entrevista a seguir

Como a Bionexo se posiciona no mercado? Quais dores ela busca solucionar?

Criamos a primeira plataforma digital para cotação no mercado de saúde no Brasil e na América Latina. Hoje, a Bionexo tem um volume transacionado só na plataforma de compras de R$ 25 bilhões anuais. Temos 30 mil fornecedores cadastrados, atendendo 3 mil instituições de saúde que conseguiram ganhos importantes com as plataformas.

Começamos a resolver uma dor, que é o custo do material e medicamento. Com o passar do tempo, entramos na área de materiais especiais, órteses e próteses, onde tem uma complexidade muito grande porque são materiais de alto custo, tanto para o hospital quanto para o plano de saúde, que é quem paga o custeio.

Hoje, a Bionexo trabalha para entregar transparência no setor, melhoria da eficiência e auxiliar o serviço de saúde a poder oferecer um acesso maior ao cuidado para os pacientes.

A companhia cresceu muito nos últimos anos também com aquisições: fizemos nove. Dentre elas, o Clínica Nas Nuvens, que tem duas mil clínicas hoje rodando com o produto. Essas aquisições foram importantes, estão gerando valor para a Bionexo e principalmente para nossos clientes.

Como vocês enxergam o cenário brasileiro de tecnologias voltadas para o setor de saúde hoje?

Se comparado a quando eu comecei, lá em 1998, o mercado de tecnologia em saúde no Brasil amadureceu muitíssimo. No passado, tínhamos poucas empresas, prioritariamente nacionais. Ao longo do tempo o mercado se diversificou muito, com a entrada de empresas de base internacional aumentando a concorrência no setor.

A oferta de soluções para resolver as dores da saúde aumentou, especialmente de 2010 para cá, o volume de startups no mercado de saúde brasileira é impressionante.

No mercado internacional existem soluções diferentes, porque são mercados mais maduros. Por exemplo, na Austrália, o governo criou o My Health, prontuário integrado para o australiano a nível nacional, que nós não temos no Brasil ainda.

Estamos discutindo a interoperabilidade, hoje tem uma iniciativa no Ministério da Saúde para que aconteça. Por termos um modelo de financiamento de saúde muito único nosso, para trazermos soluções que operam bem no mercado europeu ou nos Estados Unidos é difícil. Por outro lado, dá oportunidade para as empresas nacionais desenvolverem tecnologia para o mercado interno.

O Brasil não é tão maduro quanto alguns mercados, mas é bem avançado se comparado com muitos países da América Latina e mesmo países da Ásia. Algumas áreas são sweet spots do Brasil, como a de sistemas de gestão hospitalar.

E quanto à mão de obra do país?

Tive a oportunidade de liderar equipes de tecnologia em muitos países, como nos Estados Unidos, na Holanda, na Índia, e eu comparo com o Brasil. Temos mão de obra muito qualificada em desenvolvimento de software, mas como em qualquer mercado, nós debatemos a escassez dela.

Algo que vejo grande diferença em relação aos outros mercados é o ambiente de inovação. Para nós que desenvolvemos da iniciativa privada para o mercado, o Brasil tem algo que é muito único: a capacidade das empresas de fazer acordos de cocriação.

Em outros mercados em que trabalhei, há muita dificuldade de chegar nesses acordos. Você tem controles, contratos, uma série de etapas que levam um tempo maior para que você consiga desenvolver uma solução conjunta. Aqui no Brasil é muito fácil. Eu considero isso um enabler de desenvolvimento de tecnologia nacional. Não só ter mão de obra qualificada, mas um sistema de empresas que está muito aberto à inovação colaborativa.

Como vocês utilizam a inteligência artificial nas tecnologias de vocês?

Para nós, o investimento em inteligência artificial tem dois eixos: o produto e a eficiência da empresa. Já usamos IA para acelerar o desenvolvimento de produtos e agilizar o suporte ao nosso cliente.

No eixo produto, nós temos um programa específico de desenvolvimento de novas soluções com inteligência artificial, oferecendo IA embarcada nos produtos da Bionexo.

Já temos 20 produtos, com cinco já em fase de validação e o restante no plano de desenvolvimento para 2026. Acreditamos que não só vai enriquecer muito o produto que já existe, como algumas das soluções vão ser novas por si só.

Faremos nosso primeiro lançamento de inteligência artificial, que traz um conjunto de competências ajudando principalmente o profissional que está na linha de frente do supply chain, que é quem compra, negocia, e planeja o contrato: é uma assistente virtual que se chama Lia.

As primeiras competências da Lia são fazer análises que o profissional faria, para economizar tempo, e trazer insights para o profissional tomar decisões em tempo real, não só com dados passados, mas o que está acontecendo agora e prevendo comportamentos futuros.

Quais as projeções da empresa para o futuro?

Vamos continuar crescendo na nossa cadeia de supply chain e RCM [ciclo da receita], o mercado de hospitais ainda tem um campo muito grande de crescimento para as duas soluções.

Especialmente porque a Bionexo não opera só no Brasil, mas também na América Latina, com potencial para crescimento no México, na Colômbia e na Argentina, que são países em que nós já operamos há um bom par de anos.

Também temos uma outra linha de produto que apostamos bastante: o Clínica nas Nuvens, um sistema de gerenciamento e prontuário eletrônico para clínicas que auxilia o profissional médico a ganhar mais produtividade, com documentações clínicas. Essas são as linhas que nós acreditamos que crescerão bastante.

Além disso, vamos continuar aumentando o número de fornecedores na plataforma e as soluções para eles, em inteligência e analytics. Continuaremos investindo para oferecer mais soluções para esse segmento de clientes.

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