Por Paola Zanon
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Oito vezes campeã mundial de jiu-jítsu, Mayara Custódio só entrou para o mundo da luta porque esse esporte era o que melhorava a qualidade de vida de seu irmão mais novo, que nasceu com uma parada respiratória.
Essa parada respiratória deixou uma mancha no sistema receptivo do cérebro, que fez com que os membros do lado esquerdo do corpo sofressem um atrofiamento; por causa disso, o irmão da atleta teve que fazer fisioterapia desde bebê e, ao crescer, precisava praticar um esporte que trabalhasse todos os membros. Foi assim que chegaram ao jiu-jítsu, e era Mayara quem o levava para os treinos.
“Um dia o professor falou: ‘Ah, você está aqui todo dia, por que também não começa?’, e eu sempre fui do esporte, joguei vôlei na escola, fiz luta de braço. Então comecei o jiu-jitsu para acompanhar meu irmão, assim, despretensiosamente”, contou ela, em entrevista exclusiva ao UmDois Esportes.
Logo que começou, em 2014, Mayara percebeu que tinha talento e começou a competir, até perceber que queria fazer isso de forma profissional, ao mesmo tempo em que apoiava seu irmão mais novo nas competições quando moravam juntos em Londrina.
Para se dedicar à carreira de atleta, ela precisou se mudar para Curitiba, onde intensificou os treinos enquanto se virava para poder se sustentar. Mayara chegou até a vender balas no semáforo — e foi assim que ela foi notada e recebeu um patrocínio da Neoconsig.
Carreira sólida e oito títulos mundiais
Hoje morando nos Estados Unidos, a paranaense tem uma carreira sólida no jiu-jitsu, com oito campeonatos mundiais. Mas ela precisou enfrentar um grande desafio, porque essa mudança aconteceu no meio da pandemia de Covid-19.
“Me mudei para os Estados Unidos quando peguei a faixa preta. Depois disso, minha vida no jiu-jitsu mudou completamente. Tive que fazer quarentena em outro país antes de vir para cá. Os campeonatos começaram a acontecer aleatoriamente, então eu tinha que treinar como se todo final de semana tivesse um campeonato. Eu tinha muita certeza, no meu coração, que ia ser campeão mundial”, disse ela.
A essa altura, Mayara já havia sido campeã brasileira e campeã na Europa. Agora, aos 38 anos e com todos os títulos possíveis já conquistados, a atleta competirá seu último Mundial na categoria adulto, mas continuará competindo na categoria master, que não exige mais um alto rendimento.
Transição de carreira
Além de competir na categoria master, Mayara Custódio tem outro projeto para um futuro bem próximo: montar sua própria academia de jiu-jitsu no Brasil, para meninas, além de dar seminários pelo mundo.
“Quero ter 10 meninas para liderar, continuar empoderando mulheres, fazendo seminários de autodefesa e investir na minha carreira de professora. As portas estão se abrindo muito para as mulheres, mas ainda nós não temos quem brigue por nós, então quero estar nessa linha de frente. Quero formar novas campeãs”, revelou ela.
Se tudo der certo, esse projeto terá início a partir de julho de 2026, logo depois do Campeonato Mundial que, talvez, marque sua despedida das competições na categoria adulto.
“Não me me aposentei oficialmente, porque a gente nunca sabe. O meu coração é o jiu-jitsu, a competição faz parte da minha vida”, declarou.
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Paola Zanon
Jornalista formada pela Cásper Líbero, repórter e redatora com passagens pelo Notícias da TV, R7 e UOL Esporte. A carreira no jornalismo esportivo começou com a cobertura dos Jogos Pan-Americanos de 2019 pelo R7, passou pelo Quinto Quarto até chegar ao UmDois Esportes, em junho de 2024. No site, é responsável pela cobertura de lutas, especialmente de eventos de UFC e boxe.