Lar Saúde Cão de suporte emocional: o que é e como auxilia no bem-estar humano

Cão de suporte emocional: o que é e como auxilia no bem-estar humano

por nicolybastos
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O tribunal de justiça (STJ) definiu que os animais de suporte emocional não têm os mesmos direitos que os cães-guia no que diz respeito à permanência obrigatória na cabine de voos, tanto em viagens nacionais quanto internacionais. Segundo especialistas, mais do que simples companhia, esses animais oferecem segurança emocional e ajudam na autorregulação psíquica de seus tutores.

“O cão de suporte emocional é um animal que oferece apoio, conforto e segurança emocional para pessoas com desordens mentais e psíquicas, como ansiedade, depressão. pânico e transtorno do estresse pós-traumático”, explica a psicóloga Leticia Oliveira à CNN. “Ter esse elo, esse vínculo constante ao lado, permite que a pessoa consiga se regular emocionalmente com mais facilidade”, complementa a profissional.

Segundo Oliveira, a indicação de um cão de suporte emocional geralmente acontece quando os tratamentos convencionais — como psicoterapia e medicação psiquiátrica — não estão alcançando os resultados esperados. “Quando percebemos que a pessoa tem uma necessidade de vínculo e insegurança persistente, e os tratamentos já em andamento não estão surtindo o efeito desejado, podemos considerar o cão como parte do cuidado.

O contato com o animal ainda pode provocar reações fisiológicas e emocionais positivas.

“Interagir com um cão pode aumentar os níveis de ocitocina, chamado comumente por “hormônio do amor”, e reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse”, pontua o psicólogo e neurocientista Julio Peres à CNN. “Além disso, o vínculo emocional com o cão pode ajudar a melhorar o humor e reduzir sintomas depressivos. Por exemplo, um paciente com 30 anos que apresentava depressão severa e se recusava a sair de casa começou a se sentir motivado a fazer caminhadas com seu cão, o que desencadeou gradualmente com a psicoterapia uma série de outros comportamentos saudáveis.”

O conceito de cuidado também pode ser fator de auxílio. “Quando a gente está ali como cuidadora de um cão, a gente foca, se preocupa, se responsabiliza, até tiramos o foco de de outras questões que podem estar nos deixando ansiosos. Além, é claro, do vínculo, carinho e sensação de pertencimento. Tudo isso ajuda a pessoa a se auto regular”, acrescenta Letícia Oliveira.

“Também considero a recomendação quando o paciente tem dificuldade em estabelecer vínculos sociais ou precisa de um estímulo adicional para participar de atividades. Cuidar é prover e receber afeto como uma via de mão dupla. O diferencial é que um cão amigo amará seu dono incondicionalmente, e este fatos faz uma imensa diferença na recuperação do equilíbrio psicológico de muitas pessoas”, ressalta Julio Peres.

Acompanhamento contínuo

O envolvimento com o cão não substitui o tratamento clínico e requer acompanhamento especializado. A psicóloga Alessandra Demite, professora da Universidade São Judas, alerta que o uso de cães de suporte emocional deve ser monitorado de perto. “Fazemos sessões semanais ou quinzenais para avaliar o impacto do cão nos sintomas. O paciente relata mudanças emocionais, como redução das crises de ansiedade, aumento da motivação ou engajamento social”, explica.

“Se o cão não trouxer benefícios esperados, o psicólogo pode reavaliar a indicação ou combinar outras intervenções, como terapia cognitivo-comportamental intensiva. O envolvimento familiar ainda é de extrema importância, pois, o psicólogo discute com familiares o papel do cão, garantindo apoio ao paciente”, complementa a especialista.

Alessandra ainda traz que as principais mudanças comportamentais ou emocionais já identificadas são: redução de sintomas de ansiedade; melhora do humor; aumento da socialização; maior estabilidade emocional e autoconfiança.

“É importante ressaltar que nem todos os pacientes respondem igualmente. Alguns podem sentir sobrecarga com os cuidados do animal, e os benefícios dependem da qualidade do vínculo cão-tutor e do suporte terapêutico”, finaliza a médica.

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