Confesso que estava meio desconfiado com a iniciativa da Fifa de ocupar o período de férias coletivas dos futebolistas europeus para a realização da Copa do Mundo de Clubes.
Era um risco calculado, tanto que houve reação de alguns clubes contra a iniciativa e até mesmo a La Liga – equivalente à CBF na Espanha – manifestou-se contrariamente. Porém, o peso do investimento falou mais alto e todos estão felizes.
Entramos na última semana e a Copa do Mundo de Clubes caiu no gosto dos torcedores e distribui dinheiro como nunca. Clubes, treinadores, jogadores, cartolas, árbitros, enfim, todos encheram os bolsos nos Estados Unidos e, mesmo os times que não se deram bem como competidores, não têm do que reclamar.
Tecnicamente foi aprovado o torneio, especialmente pelo nível técnico da maioria das equipes europeias, como já era esperado. Temos três europeus nas semifinais e o surpreendente Fluminense, que se credenciou com muito mérito, apresentando um eficiente futebol coletivo, bem coordenado e com grande aplicação tática e técnica.
Os nossos outros representantes foram até onde puderam, se bem que o Botafogo conseguiu derrotar o atual campeão, o milionário Paris Saint-Germain, e o Palmeiras foi muito infeliz no confronto com o Chelsea, afinal o gol da vitória adversária foi um acidente, pois Weverton faria a defesa se a bola não desviasse no zagueiro.
O Flamengo, sim, ficou devendo melhor aproveitamento, afinal lidera o Campeonato Brasileiro. Pelo elenco que possui, poderia ter apresentado melhor rendimento e ido um pouco mais longe.
Mas no geral foi uma festa bonita, de congraçamento entre torcidas e clubes dos mais diversos países, com o importante detalhe de que poucas partidas decepcionaram tecnicamente.
Diante disso, é muito provável que a moda pegue e daqui a quatro anos tenhamos a Copa do Mundo de Clubes de novo, aumentando a expectativa e a curiosidade dos amantes do futebol.
Carneiro & Mafuz
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Nascido em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentarista, trabalhou em jornais e televisões, com destaque sua coluna na Gazeta do Povo. Publicou oito livros sobre futebol e faz parte da Academia Paranaense de Letras desde 2016. É um contador de histórias nato.
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