Líderes da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e outros chefes de Estados parceiros, incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, se reunirão na capital da Malásia, Kuala Lumpur, dos dias 26 a 28 de outubro.
Além da Malásia, o bloco é composto por outros 10 estados-membros: Filipinas, Indonésia, Singapura, Tailândia, Camboja, Vietnã, Laos, Brunei e Mianmar.
A Asean também dará as boas-vindas ao país asiático Timor-Leste como o mais novo integrante da Associação.
Os principais assuntos que serão discutidos durante a cúpula vão desde comércio entre os países até conflitos globais.
Presença de Trump e outros líderes mundiais
Trump vai participar da cúpula da Asean antes de viajar para o Japão e depois para a Coreia do Sul, onde vai participar do fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, do dia 31 de outubro a 1º de novembro.
O presidente dos EUA, que participou de uma reunião da Asean em 2017, estará acompanhado de algumas autoridades de alto escalão, incluindo o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o representante comercial Jamieson Greer.
Outros participantes incluem o premiê chinês Li Qiang, o primeiro-ministro canadense Mark Carney, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, a nova premiê japonesa Sanae Takaichi, além de outras autoridades de alto escalão da Coreia do Sul e da Rússia.
Diálogos comerciais entre EUA e China
Scott Bessent e Jamieson Greer já eram esperados na Malásia antes da visita de Trump.
O secretário do Tesouro e o representante comercial iriam se encontrar com autoridades chinesas a fim de aliviar as tensões sobre as restrições à exportação de terras raras pelo país asiático.
A visita acontecerá em um momento que Washington se prepara para impor novas medidas comerciais a Pequim caso um acordo não fosse alcançado.
O Ministério do Comércio da China informou que o encontro com as autoridades americanas vai acontecer junto com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, principal autoridade econômica de Pequim, para negociações comerciais.
As tensões entre as duas maiores economias do mundo aumentaram nas últimas semanas, ameaçando inviabilizar uma reunião esperada entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul na próxima semana.
Cessar-fogo entre Tailândia e Camboja
Na cúpula, Tailândia e Camboja devem assinar um acordo de cessar-fogo mais amplo.
Os dois países compartilham uma fronteira terrestre de 817 quilômetros. A demarcação foi feita pela França, que controlava o Camboja como colônia.
Essa divisão resultou em uma disputa antiga que envolve áreas onde ficam locais históricos e templos, que os dois países reivindicam propriedade.
O premiê malaio, Anwar Ibrahim, e Trump — cujos telefonemas quebraram o impasse nos esforços para encerrar os confrontos — ajudaram a mediar um cessar-fogo inicial no dia 28 de julho, levando o Camboja a indicar o presidente dos EUA para o Prêmio Nobel da Paz.
O ministro das Relações Exteriores da Malásia disse que Trump está “ansioso” para testemunhar uma cerimônia de assinatura durante a reunião da Asean.
Cúpula da RCEP
A Malásia também vai realizar uma cúpula de líderes da RCEP (Parceria Econômica Regional Abrangente) – a primeira do bloco desde que firmou um acordo comercial inicial em 2020 – onde o grupo considerará a adição de novos membros e discutirá maneiras de melhorar os fluxos comerciais.
A RCEP, que inclui todos os 10 países da Asean, além de China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, é o maior bloco comercial do mundo, abrangendo quase um terço da população mundial e cerca de 30% do produto interno bruto global.
O bloco é visto por alguns analistas como uma potencial proteção contra tarifas impostas pelos Estados Unidos, embora suas disposições sejam consideradas mais fracas do que alguns outros acordos comerciais regionais devido a interesses conflitantes entre os integrantes.
A Asean admitirá formalmente o Timor-Leste como o 11º membro no dia 26 de outubro, encerrando um processo de adesão iniciado há mais de uma década.
Considerada a nação mais pobre do Sudeste Asiático, com cerca de 1,4 milhão de pessoas, o Timor-Leste solicitou entrada na Asean em 2011, e recebeu status de observação em 2022.