Deputados governistas e de oposição bateram-boca nesta quarta-feira (9), no plenário da Câmara, após divergências sobre o tarifaço anunciado pelo governo dos Estados Unidos.
O tumulto começou durante o pronunciamento do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que usou a tribuna para ler a carta divulgada pelo presidente norte-americano Donald Trump. As falas do parlamentar foram duramente criticadas por André Janones (Avante-MG), que reagiu no microfone e foi chamado de “rachadinha” por integrantes da bancada do PL.
“Não à rachadinha! Não à rachadinha”, gritaram deputados da oposição. Jandira Feghali (PCdoB-RJ) rebateu, afirmando que o grupo bolsonarista era uma “vergonha”.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), precisou intervir diversas vezes, soando a campainha e solicitando o apoio da Polícia Legislativa: “Peço à Polícia Legislativa que possa garantir a ordem no plenário”, disse.
Nikolas teve seu tempo de fala recomposto, mas voltou a ser interrompido. Ele aproveitou para atacar Janones, a quem acusou de fazer um “papel ridículo”.
Motta também reiterou a proibição do uso de cartazes e bonés no plenário, conforme determinação anterior da Mesa Diretora, tomada após disputas entre governistas e oposição no início do ano.
Nas redes sociais, o deputado André Janones afirmou ter sido agredido fisicamente por parlamentares bolsonaristas: “Acabo de ser agredido fisicamente dentro do Plenário da Câmara dos Deputados pela tropa de choque bolsonarista. Sozinho, fui cercado por 12 deputados que tentaram me intimidar para que eu não criticasse o deputado Nikolas Ferreira enquanto ele discursava na tribuna. Como não tenho medo e sei jogar o jogo deles, partiram para a agressão física na tentativa de me calar — mas não conseguiram. Estou formalizando uma queixa-crime e também realizarei exame de corpo de delito”, escreveu.