Lar Região Israel planeja próxima etapa em Gaza após fracasso em acordo de cessar-fogo

Israel planeja próxima etapa em Gaza após fracasso em acordo de cessar-fogo

por Giovanna Csiszar
0 comentários
israel-planeja-proxima-etapa-em-gaza-apos-fracasso-em-acordo-de-cessar-fogo

O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu vai reunir seu gabinete de segurança nesta semana para decidir sobre os próximos passos de Israel em Gaza após o colapso das negociações indiretas de cessar-fogo com o Hamas, e uma fonte israelense sênior sugere que o uso de mais força pode ser uma opção.

No último sábado (2), durante uma visita ao país, o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse que estava trabalhando com o governo israelense em um plano que efetivamente acabaria com a guerra em Gaza.

Mas autoridades israelenses também apresentaram ideias que incluem a expansão da ofensiva militar em Gaza e a anexação de áreas do território destruído.

As negociações de cessar-fogo que falharam em Doha, no Catar, tinham como objetivo fechar acordos em torno de uma proposta apoiada pelos EUA para uma trégua de 60 dias, durante a qual seria levada ajuda humanitária para Gaza e metade dos reféns mantidos pelo Hamas seriam libertados em troca de palestinos presos em Israel.

Após uma reunião de Netanyahu com Witkoff, na última quinta-feira (31), disse uma autoridade sênior israelense, “estava emergindo um entendimento entre Washington e Israel” sobre a necessidade de mudar de uma trégua para um acordo abrangente que “libertaria todos os reféns, desarmaria o Hamas e desmilitarizaria a Faixa de Gaza”.

Essas três condições são essenciais para Israel encerrar a guerra.

Uma fonte familiarizada com o assunto disse à Reuters no domingo (3) que a visita do enviado foi encarada por Israel como “muito significativa”.

Porém, mais tarde também no domingo, a autoridade israelense sinalizou que a busca de um acordo seria inútil;

“Está surgindo um entendimento de que o Hamas não está interessado em um acordo e, portanto, o primeiro-ministro está pressionando para libertar os reféns enquanto pressiona por uma derrota militar”.

O Canal 12 de Israel citou nesta segunda-feira (4) um integrante do gabinete de Netanyahu dizendo que o primeiro-ministro está inclinado a expandir a ofensiva e tomar todo o enclave palestino.

Falta de “clareza estratégia”

O que uma “derrota militar” pode significar, no entanto, está em debate dentro da liderança israelense. Algumas autoridades israelenses sugeriram que o país poderia declarar a anexação de áreas de Gaza como forma de pressionar o grupo militante.

Outros, como o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, querem que Israel imponha um regime militar em Gaza antes de anexá-la e restabelecer os assentamentos judaicos retirados por Israel há 20 anos.

O Exército israelense, que recusou tais ideias durante a guerra, deve apresentar na terça-feira alternativas que incluem a expansão para áreas de Gaza onde ainda não operam, disseram duas autoridades de Defesa.

Embora alguns líderes políticos estejam pressionando pela expansão da ofensiva, os militares têm a preocupação de que isso coloque em risco os 20 reféns que ainda estão vivos, explicaram as autoridades.

A Rádio do Exército de Israel informou nesta segunda-feira que o chefe militar Eyal Zamir está cada vez mais frustrado com o que ele descreve como uma falta de clareza estratégica por parte da liderança política, preocupado em ser arrastado para uma guerra de desgaste com militantes do Hamas.

Um porta-voz das IDF (Forças de Defesa de Israel) se recusou a comentar, mas disse que os militares têm planos em mente.

“Temos diferentes maneiras de combater a organização terrorista, e é isso que o Exército faz”, disse o porta-voz, tenente-coronel Nadav Shoshani.

Na terça-feira, o Qatar e o Egito endossaram uma declaração da França e da Arábia Saudita delineando os passos para uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, que incluiu um apelo ao Hamas para entregar suas armas à Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente.

O Hamas tem dito repetidamente que não entregará armas. Mas disse aos mediadores estar disposto a abandonar a governança em Gaza em favor de um órgão governamental não partidário, de acordo com três autoridades do Hamas.

O grupo militante islâmico insiste que um arranjo pós-guerra em Gaza deve ser acordado entre os próprios palestinos e não ditado por potências estrangeiras.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, sugeriu nesta segunda-feira que as lacunas ainda são muito grandes para serem superadas.

“Gostaríamos de ter todos os nossos reféns de volta. Gostaríamos de ver o fim dessa guerra. Sempre preferimos chegar lá por meios diplomáticos, se possível. Mas, é claro, a grande questão é: quais serão as condições para o fim da guerra?”, disse ele a jornalistas em Jerusalém.

Postagens relacionadas

Quem Somos

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

Portal News Noticias @2025 – Todos direitos reservados.