O comentarista José Eduardo Cardozo e a jornalista e ex-senadora Ana Amélia Lemos discutiram, nesta terça-feira (23), em O Grande Debate (de segunda a sexta-feira, às 23h), se o elogio de Donald Trump ao presidente Lula é uma cortesia ou apenas uma estratégia para confundir o governo brasileiro.
Cardozo diz ser difícil interpretar as intenções do presidente americano, por ele ser uma pessoa “intempestiva”. Segundo o comentarista, nem mesmo a equipe de Trump consegue prever suas ações, ainda que tenham lógica.
“Pode ser um blefe. Ele pode estar criando uma perspectiva de empatia para depois agir como fez com o Zelensky, por exemplo, quando humilhou o presidente ucraniano. Mas há também a possibilidade de que o governo americano esteja realmente ensaiando um recuo, porque parece que a economia dos Estados Unidos sentiu o baque da taxação de alguns produtos.”
Cardozo, porém, ressalta que é difícil cravar uma resposta.
O argumento de Ana Amélia segue na mesma linha. Para a jornalista e ex-senadora, a imprevisibilidade de Trump chegou a assustar até mesmo os demais representantes americanos presentes na Assembleia Geral.
“O semblante do Marco Rubio demonstrou que o que Trump disse sobre Lula não o agradou.”
Ana Amélia ressalta que o elogio também pegou a comitiva brasileira de surpresa, mas que vê com bons olhos o afago feito pelo presidente americano.
“Não se sabe o que eles vão conversar, nem se vai haver mesmo esse encontro. O próprio Celso Amorim também estava em dúvida a respeito, já que sequer foi informado. Mas vendo o copo meio cheio, Lula foi o único chefe de estado citado por Trump com algum destaque.”