Uma iniciativa conjunta entre a Polícia Ambiental e uma universidade no interior de São Paulo está proporcionando uma nova chance de vida para animais silvestres feridos e ameaçados de extinção. O Hospital Veterinário da Universidade de Fernandópolis tem se tornado um refúgio para estas criaturas, oferecendo cuidados especializados e a possibilidade de retorno à natureza após a recuperação.
Nos últimos meses, o hospital atendeu um número significativo de casos, incluindo 33 araras- canindés, conhecidas por sua plumagem colorida e vocalização característica. Entre outubro de 2024 e janeiro deste ano, um total de 58 animais silvestres receberam tratamento, sendo a maioria aves, além de alguns mamíferos.
Combate ao tráfico e maus-tratos
A localização estratégica da universidade, próxima ao estado do Mato Grosso do Sul, contribui para o alto número de resgates relacionados ao tráfico de animais. Muitos dos pacientes são vítimas de fiscalizações que identificam situações de maus-tratos ou transporte ilegal.
O coordenador do projeto Júnior Soares explica: “Temos vários animais que chegaram para atendimento, vítimas da fiscalização da Polícia Ambiental, seja por maus-tratos, tráfico ou criação inadequada sob cuidados humanos”.
Impacto positivo e aprendizado
Antes desta iniciativa, os animais resgatados eram enviados para locais distantes, a até 200 quilômetros. Agora, segundo o coordenador do projeto, com o atendimento local, a chance de uma recuperação bem-sucedida aumentou significativamente, contribuindo para a preservação da biodiversidade e a conservação ambiental na região. “Os animais têm uma segunda chance. A grande maioria acabava morrendo à beira da rodovia”.
A parceria entre a Polícia Ambiental e a universidade não apenas beneficia os animais, mas também proporciona uma valiosa experiência de aprendizado para os estudantes. “O projeto atende 100% de animais silvestres. Esse impacto é muito importante. A universidade está colaborando também para o aprendizado dos alunos, oferecendo noções de manejo e importância ecológica”, destaca o coordenador.
