A Polícia Civil de São Paulo investiga uma possível sabotagem entre empresas de ônibus como motivação para a onda de ataques a veículos do transporte público. A investigação aponta que a disputa por contratos com a prefeitura da capital paulista pode estar por trás dos 815 veículos vandalizados até o momento.
Dados inéditos da SP Trans, empresa responsável pela gestão das concessionárias de ônibus na capital paulista, revelam um aumento significativo nas multas aplicadas por viagens não realizadas.
Em junho, quando os ataques tiveram início, foram registradas 22 mil multas, representando um crescimento de 9,51% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Prejuízos financeiros
O impacto financeiro das penalizações tem sido expressivo. Somente em junho, foram aplicados R$ 4,5 milhões em multas às empresas operadoras. Em relação a maio, o mês anterior ao início dos ataques, houve um aumento de 4,41% no número de penalizações.
Entre as empresas mais multadas está a Transwolff, concessionária que está deixando o contrato com a prefeitura após cancelamento devido a supostas ligações de seus dirigentes com uma facção criminosa.
A Aviação Samambaia também figura entre as empresas com maior número de penalizações e aparece no relatório da Polícia Civil como um dos principais alvos dos ataques.
Conforme as regras estabelecidas pela SP Trans, as empresas podem ser penalizadas quando um ônibus sem falha mecânica é depredado e não completa sua viagem. Esta condição tem levado os investigadores a considerarem a hipótese de que os ataques sejam uma estratégia deliberada para prejudicar determinadas concessionárias.
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