A vacinação contra a dengue em Porto Alegre foi suspensa nesta quarta-feira (23) por falta de novas doses. Segundo a Prefeitura, a interrupção ocorre devido à ausência de repasses do Ministério da Saúde, responsável pela aquisição e distribuição da vacina para estados e municípios.
Até o momento, a Secretaria Municipal de Saúde diz que não recebeu previsão para a chegada de novos lotes.
A imunização era realizada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Segundo a pasta, 20.066 crianças e adolescentes dessa faixa etária receberam a primeira dose, o que corresponde a 27,5% do público-alvo.
A segunda dose, necessária para garantir a proteção completa, foi aplicada em 6.695 jovens, de acordo com a prefeitura. Isso é equivalente a 9% dos 72.898 residentes dessa faixa etária na capital gaúcha.
Porto Alegre decretou situação de emergência na quinta-feira (17). Até o momento, o município registra mais de 4,6 mil casos confirmados de dengue. Seis mortes foram confirmadas por dengue no Estado – duas em Porto Alegre.
Um Hospital de Campanha para atender pacientes com sintomas de dengue foi montado na semana passada junto à Unidade de Pronto-Atendimento Moacyr Scliar, na Zona Norte. A estrutura é fornecida pelo Ministério da Saúde e funciona 24 horas.
Em nota, o Ministério da Saúde negou uma falta de envio da vacina contra a dengue. Leia abaixo na íntegra:
“O Ministério da Saúde informa que não há falta de envio da vacina contra a dengue ao estado do Rio Grande do Sul. Desde o início da estratégia de vacinação, o estado já recebeu 85.039 doses, das quais 63.306 foram aplicadas. A distribuição para os municípios é de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde. Para os anos de 2024 e 2025, o Ministério da Saúde adquiriu toda a produção disponível da vacina contra a dengue, fabricada pelo único laboratório produtor no mundo. As entregas ao Brasil ocorrem conforme a capacidade de produção do fornecedor. A alocação das doses segue critérios técnicos pactuados com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A estratégia prioriza municípios com mais de 100 mil habitantes e histórico de alta transmissão da doença nos últimos dez anos”.