O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a decisão da rede ABC de retomar o programa “Jimmy Kimmel Live!” menos de uma semana após a suspensão do humorista por comentários sobre o assassinato do ativista político Charlie Kirk.
“Não acredito que a ABC devolveu o emprego a Jimmy Kimmel. A ABC informou à Casa Branca que o programa dele foi cancelado!”, escreveu Trump, em post na rede social Truth Social.
“Vamos colocar a ABC à prova. Vamos ver como nos saímos. Da última vez que fui atrás deles, me deram US$ 16 milhões”, completou o presidente dos EUA.
Na publicação, o presidente acusou a emissora de ser “mais um braço do DNC (Comitê Nacional Democrata)” e insinuou que a manutenção do programa seria uma “contribuição ilegal de campanha”.
Trump ainda ironizou a baixa audiência do apresentador: “Deixem Jimmy Kimmel apodrecer em seus índices de audiência ruins”.
O programa foi suspenso em 17 de setembro, dois dias após Kimmel afirmar em monólogo que apoiadores do movimento Maga (Make America Great Again) tentavam “marcar pontos políticos” com o assassinato de Kirk. A fala gerou protestos de aliados de Trump e levou a Comissão Federal de Comunicações (FCC) a ameaçar a ABC.
Em comunicado, a Disney, controladora da emissora, explicou que decidiu tirar o programa do ar por considerar os comentários “inoportunos e insensíveis” e que a volta de Kimmel aconteceu após conversas internas.
O humorista retornou à grade na madrugada desta quarta-feira (24), em um gesto que analistas apontam como um desafio da emissora diante das crescentes pressões do governo Trump contra a mídia crítica.
No retorno, Kimmel disse nunca ter tido a intenção de “menosprezar o assassinato de um jovem” nem de “culpar qualquer grupo específico pelas ações de um indivíduo profundamente perturbado”.
O apresentador também criticou o que chamou de “bullying” do governo Trump contra jornalistas e artistas: “É muito importante ter uma imprensa livre, e é uma loucura não estarmos prestando mais atenção a isso”.
Apesar da decisão da Disney, duas das maiores redes de afiliadas da ABC — Nexstar Media Group e Sinclair — ainda se recusam a transmitir o programa.
(Com informações da CNNi e da Reuters)